12.1.09

Ice Age

Limalhas de frio acomodadas sobre os carros como lágrimas de vidros embaciados de silêncios e de esperanças desfeitas em papéis de embrulho que revelam fumos de amor escapando de tubos solitários envolvidos em rumores negros de pombos congelados nos beirais que suportam também andorinhas que também congeladas observam os pombos que em silêncio me observam observando-os sob um luar aluado de amores que se escondem na neblina e se envolvem na certeza de que amanhã tudo será diferente para melhor. Porque no fundo andamos todos à espera do degelo.


7 comentários:

Patrícia Villar disse...

"...andamos todos à espera do degelo", sem dúvida!

Bruno disse...

Pois, cada um à sua maneira.

mf disse...

Poema em prosa... Magnífica imagem...

Bruno disse...

MF, era quase essa a intenção. Escrever não é o meu forte, mas ainda assim valeu o esforço e o que interessava: a mensagem. Quanto à imagem (a foto) não é minha, mas concordo, é excelente.

mf disse...

Mmmm... Se escrever não é o teu forte, fico a pensar qual será... E a imagem magífica de que falava não era a da foto. Era a que as palavras que não são o teu forte puseram na minha cabeça...

Bruno disse...

Ah, nesse sentido então ainda bem que a imagem funcionou. E que alguém a compreendeu. Mas as palavras não são mesmo o meu forte. O meu forte é outro, mas não quero estar aqui a gabar-me das minhas habilidades de contorcionismo sexual.

mf disse...

Pronto, ok... Conseguiste pôr mais uma imagem na minha cabeça... Eh eh... ;)