2.3.09
Nino "era um homem violento e morreu na violência"
As palavras são do antigo Presidente Mário Soares, sobre a morte de Nino Vieira às mãos de militares na Guiné Bissau. O estranho é que Nino Vieira tenha exercido praticamente três décadas de poder autocrático sobre um povo, conduzindo os destinos de um país em direcção à pobreza extrema, tornando-o num dos mais pobres estados do mundo, e alguém até hoje ouviu o Dr. Mário Soares dizer alguma vez que Nino Vieira era um líder violento ou autoritário? E alguém ouviu neste país alguma voz liderante apontar o dedo ao ditador africano? Até lhe demos asilo... Não me fodam!
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9 comentários:
:) Nino Vieira... a personagem que levou ao rubro a violência desmedida... que tirou ao seu povo e deu a quem lhe interessava. Agora, depois de morto, aponta-se o dedo... uns dizem que foi heroi... outros o demónio em pessoa... mas em vida... era recebido em todo o lado como senhor e dono de uma nação. Sim, morreu. Foi o final de uma história que começou há 36 anos. Ponto final. Ás 4.30, do dia 2 de Março de 2009, deu o ultimo suspiro. No meio da tal violência, como afirmou o "sr." Mário Soares.
Subscrevo as tuas palavras.
"Era recebido em todo o lado como senhor e dono de uma nação"
Como é possível assobiar-se para o lado? A santa hipocrisia anda à solta. Tantos paladinos da democracia, defensores da liberdade, oponentes do fascismo, e depois quantos deles não assobiaram para o lado e não deram palmadinhas nas costas de ditadores. E dentro de dias, recebemos outro... mascarado de democrata. E novamente vai haver palmadinhas nas costas.
Como me disse há dias uma conhecida figura da nossa praça política: é a "realpolitik"
Esquece! Politica é isso mesmo. Quantos ditadores já não passaram por isso? Olha os States... que mandam e "desmandam" no mundo a seu belo prazer. Ocupam e desocupam as cadeiras de certos paises de forma a defenderem os seus interesses. Olha as diferenças de tratamento que dão aos ditadores que estão do lado deles... e aos que se desvinculam desse arco. Rei posto... rei deposto. Sempre será a regra numero um nestes joguinhos.
Quanto à malta cá do burgo... nem sei o que te diga. É o mesmo cenário em miniatura. Enfim...
Concordo contigo. Vivemos uma realidade em que as conveniências contam mais do que os princípios.
Na politica, poucos foram aqueles que conseguiram sobreviver mantendo as suas ideias originais. Tens pouquissimos casos! Eu destaco um... Manuel Alegre. Admiro-o pelo que representa. A utopia de uma democracia sem esses jogos. O tal poeta que escreveu sobre uma liberdade pura e candida. O resto... valha-me santa engrácia!
É possível que sim, Heidy, mas até se encontrarem com o traseiro na poltrona do poder todos são muito coerentes e acreditam na utopia. O Manuel Alegre nunca se viu com a bolha do poder nas mãos. Se acontecesse, acredito que não seria muito diferente de tantos que por lá passaram.
Mesmo assim quero e necessito acreditar na ideia de que ele não iria auto-modificar-se em nome de algo. Se isso não fosse verdade, então... para onde foi o sentimento abrilista? de que valeu tudo aquilo que se gritou e foi defendido? Salgueiro Maia... :) será que foi tudo em vão? que todos agem mesmo por interesse próprio em detrimento do interesse conjunto, virado para um bem maior?
Sim, se calhar até é verdade. Mas como filha dessa época... um cravo - sem conotações politicas-, vale bem mais do que uma arma.
Quando cheira a poder, eles mudam. O Zé fazia falta, era o rosto da indignação popular em Lisboa. Mas quando, depois das eleições intercalares para a Câmara de Lisboa, foi convidado pelo António Costa, nunca mais a voz dele se fez ouvir. E o José Sá Fernandes passou a ser apenas mais um vereador entre tantos outros, sem voz crítica e entregue nas mãos do poder.
Tanto que o BE se desfez dele (revelando que só consegue fazer oposição, como o PCP). O poder muda as pessoas.
:( Deixa-me fechar os olhos um bocadinho e tentar ver algo de positivo. Please! Senão... de que nos serve termos o direito de voto? se já está tudo pré-estabelecido...
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