3.3.09

E já passaram 20 anos...

A mim parece-me ter sido ontem. E no entanto duas décadas passaram. Um pequeno lapso de tempo, como se cavássemos um buraco no tempo e de lá arrancássemos este pedacinho. São 20 anos, que para mim poderiam equivaler a 20 dias.

Como diria a canção, fomos os campeões, do mundo. Porque para além do mundo já nada existe a conquistar, porque fomos ao limite e o conquistámos para nós.

Acompanhei, pela televisão. Os miúdos à beira da piscina no hotel. E Saltillo tinha sido apenas três anos antes. O Rui Martins de bigode. O rosto e a voz que levaram os olhos e os ouvidos de Portugal até àquela Riade longínqua.

As coisas começaram a tornar-se mais sérias assim que ultrapassámos a primeira fase. E depois da Colômbia veio, nas meias-finais, o Brasil, a sensação do David contra o Golias, rostos colados à vitrina da loja de venda de electrodomésticos. Há um televisor que mostra. E há gente a ver.

Há um brasileiro que põe a bola nos pés de um português no coração da área (um colega meu comenta: “brasileiro ao serviço de Portugal”, em referência à profusão de brasileiros que na altura inundavam o futebol português), e GOLO!

E depois a final… Antes do jogo, Abel promete a Pele que vai marcar um golo como os dele. E cumpre. Portugal vence. Somos campeões do mundo.

Uma surpresa para muitos. Mas é preciso não esquecer que aqueles mesmos jovens já davam cartas na Europa do futebol, no ano anterior lograram bater-se contra uma selecção soviética, para a qual deixaram escapar o título europeu de juniores. Mas prometiam algo que nunca Portugal tinha visto: lutar no futebol ao mesmo nível de outras nações europeias. E assim o fizeram. Os frutos surgiram já tardiamente.

5 comentários:

heidy disse...

Recordo-me dessa altura! Lembro-me da malta estar no liceu, e andar mais de olho nos jogos do que nas aulas. Ao ponto dos profs nos darem um bocadinho mais de tolerância.

Bruno disse...

Lembro-me que apesar de ser Março, fazia sol. O jogo da final vi em casa, à tarde, depois de almoço. São fases da vida que não se esquecem. E não esqueço também o campeonato de 1991, em Portugal, esse também com uma série de histórias para contar.

heidy disse...

Ui... eu fui à final do campionato de 91. O melhor jogo que alguma vez vi naquelas bandas. Não só dentro do campo, mas também nas bancadas. Estava lá tudo. Ambiente. Jogadores a morder a camisola para chegar mais longe.
A final de rhiade vi na escola. Com o bar à pinha... entre profs e colegas, passamos uns belos momentos. :)

Bruno disse...

Olá, Heidy! Fui um dos 130 mil que estiveram nessa final histórica no Estádio da Luz. Aliás, estive em todos os jogos desse mundial, à excepção do primeiro, que aconteceu no Porto. Em alguns entrei a salto (não havia mais bilhetes à venda e abriram as portas para quem quisesse entrar). Foram momentos bonitos, noites que acabavam connosco a comer batatas fritas com mostarda no Nova América, ou com uma viola nos braços. E viva a juventude.

heidy disse...

:) Pois... eu conseguia bilhetes na escola. Segundo me recordo, eles enviavam tickets para as associações de estudantes. E a malta ia. Ainda bem que não falhei essa noite. Foi memoravel! :) Sim, viva a tal juventude rasca... :P