15.4.09

GP: A peça de teatro do (es)Feéhrico

Foi um parto difícil, mas finalmente o texto da peça de teatro do (es)Feéhrico está disponível para os concorrentes da casa. Alguns dos melhores revisores deste país trabalharam durante horas a fio para poupar os leitores aos deslizes evolucionistas do autor, mas mesmo assim o mau português e o cariz maçador da prosa acabaram por ser mais fortes e a insónia acabou por vencer. Ao fim de algumas horas, o Grande Primo apanhou oito dos melhores revisores nacionais de cabeça tombada sobre as folhas de papel, roncando à bruta e salivando como se não existisse amanhã. Foram todos despedidos. E a peça segue como está.

O que o autor diz daquilo que obrou:

"É a história completamente inovadora, uma ideia original que me surgiu num dos muitos workshops de escrita que dou para novos escritores wikipedistas, é a história de uma casa onde se vive a negro, tudo se passa a negro durante o transcorrer da peça; e há mais, podemos vislumbrar a acção a negro acontecer diante os nossos olhos pela perspectiva de um grande mestre do cinema português, João César Monteiro. No fundo, é algo nunca visto, até porque se torna difícil ver alguma coisa na penumbra em que estamos envolvidos. Mas esta peça traz-nos também essa grande possibilidade que é podermos entrar no cérebro de João César Monteiro e viver o mundo pela perspectiva dele. Existe depois um sub-argumento que conta a história de uma neta, de uma avozinha e de um lobo, fechados dentro de uma casa, sem contacto com o mundo exterior, obrigados a conviver e a partilhar o que de mais sórdido existe na mente de cada um. No fundo, são histórias do mundo real, mas que nunca tinham sido vistas nesta perspectiva da arte. Estou satisfeito com o resultado final."


Aquilo que os outros concorrentes dizem do texto que já leram:

Kitty:
"Isto faz lembrar o Being John Malkovich, do Charlie Kaufman, com a interpretação do próprio Malkovich, em que se mostra que é possível descer por um pequeno túnel num edifício de escritórios de uma cidade americana e aterrar na mente de John Malkovich, vivendo a acção nessa perspectiva. Esta parece-me que é uma ideia requentada, para não falar numa cópia descarada."

MacDonaldo:
"Gosto da ideia. É sempre bom recordar João César Monteiro. E este é um bom pastiche. Para quem venha falar em semelhanças, convém recordar que este negro não é igual ao do César Monteiro, este negro embarca noutras nuances. É um trabalho de grande qualidade, ao nível das melhores obras já publicadas do (es)Feéhrico."

Patruca:
"Julgo que já tinha ouvido falar nesta tendência narrativa: três personagens, uma delas um animal, outra uma criança, e outra uma entidade mais velha, que desmonta um pouco o imaginário e os medos que povoam a mente infantil. "

Rafeiro:
"Aprecio muito esta frase em particular: 'A tarefa é simples e consiste em ensinarmos o gato a miar o seguinte: se elas querem um arranhão ou um beijinho, nós miau!, nós miau!...'"


O Primões vão agora ensaiar a peça. O texto já está disponível.

O Capuchinho Infravermelho

4 comentários:

Bruno Fehr disse...

Quando eu pensava que não conseguias ser mais ridículo, tu surpreendes. Gabo o tempo livre que me dedicas, pois até agora tem sido todo.
Quanto a este teu teatrozinho, está fraco e confesso que só li até "enchovas", pois dá sono e é mesmo muito mau. Poderias ter aproveitado o tempo para fazer o que sabes fazer melhor, ou seja conduzir táxis por Lisboa.

Bruno disse...

Bruno Fehr, a observação será entregue pela produção do programa ao (es)Feéhrico, o autor do texto.

Não é o meu "teatrozinho", mas uma prosa que emergiu da grande criatividade de um dos habitantes mais prolixos da casa, capaz de fazer sucumbir ao sono alguns dos melhores cata-gralhas do país.

Se alguma crítica há a fazer, deve ser assacada ao concorrente que deitou mãos à obra. É chata, mas não deixa de ser obra.

Segundo julgo saber, o texto resulta apenas da teimosia do concorrente (es)Feéhrico, que não quis aceitar o texto produzido pela concorrente Pipoca e lançou ao fogo todas as cópias disponíveis desse trabalho.

O Big Pornather é apenas um veículo onde se reproduz aquilo que está a ser produzido dentro da casa, por todos aqueles cérebros audazes e estonteantes, em particular o deste (es)Feéhrico.

Por acaso nunca conduzi nenhum táxi, mas não vejo nenhum problema nisso. Há certamente coisas que faço muito melhor, e há certamente gente muito mais capaz na arte de conduzir táxis e fazer trafulhice.

Obrigado pelo comentário. Depois de ter lido por aqui que nunca mais o Bruno Fehr cá poria os cotos e que todos os seus comentários seriam eliminados, vejo que este recanto é afinal refúgio quase permanente de tal personagem.

Bruno Fehr disse...

Só espero que o Porno boy escreva o texto da saída da personagem para a qual colocas um link para o meu blogue.

Após essa saída irás voltar a ser ignorado. Isso é uma promessa.

Bruno disse...

Qual texto? Qual saída?

Podes ignorar a partir de agora. Promessas só acredito de quem tem palavra. Obrigado pelo comentário.