19.3.10

Metafísica da bola

E há depois outra coisa que eu não consigo entender na metafísica do futebol. É quando eles abrem a boca para dizer algo como: “a dualidade de critérios [do árbitro] não foi a mesma para as duas equipas”. Como se já não fosse suficientemente complexo tentar resolver equações semânticas que reinventam a expressão aleatória do acaso: “Tivemos sorte, mas foi uma sorte com mérito e qualidade”, pensando eu que sorte se alcançaria com aquele ingrediente essencial... vaca.

Julgo, na minha modesta convicção de racionalista da bola, que, tal como a sorte não pode servir para justificar o mérito e a competência, também não será lícito justificar a sorte como um resultado da qualidade ou do mérito. Menos mal, a minha angústia filológica está a ser compensada por um aspecto importante, é que há uma equipa luso-sul-americana muitíssimo bem encaminhada para ganhar essa competição dos voadores iluminados, a Aero Liga.

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