A norte prosseguimos. Depois da viagem pela cidade do Porto, com visita aos bairros mais típicos da cidade, continuámos para o Minho - Pipoca considerou especialmente desnecessária a passagem por locais tão característicos da Invicta como os bairros do Cerco, Aldoar e Lagarteiro, mas não foi sem resposta do paladino da revolução caviaresca, MacDonaldo, que fez questão de politizar o assunto e destacou que enterradas naqueles ghettos estavam três décadas de uma política de capitalismo mal enjorcado.
E foram nisto até Braga, a respingar argumentos em defesa do bom esturjão do Mar Negro: "a pocilga do capitalismo deu cabo dessa riqueza, hoje o bom caviar é tão difícil de encontrar como um McDonald's que venda carne de vaca saborosa", lançou MacDonaldo. "Se a tua revolução triunfasse, a esta hora para comer bom caviar beluga provavelmente teria de secar à porta do Eleven com uma senha de racionamento na mão à espera que um membro do Politburo se decidisse a fazer avançar o mundo", saltitou Pipoca.
Pouco mais de meia-hora de caminho, prego a fundo no furgão de caixa aberta do Grande Primo, para aterrarem na Praça da República, na cidade dita dos arcebispos. Eram aguardados por uma multidão em delírio, ansiosa por encher de beijinhos as ventas de Pipoca, e por dizer das boas ao che MacDonaldo. O ponto de encontro estava marcado para o histórico Café Vianna, hoje à pinha com jovens em delírio levadas ao engano convencidas de que iriam assistir à renovação de contrato de Jorge Jesus com o Sporting de Braga. Uma torrada e uma meia de leite para cada um, conversa para cá, conversa para lá, (es)Feéhrico botou discurso em defesa da dignidade e originalidade dos seus escritos, o povo que não adormeceu debandou, e estavam prontos os primões para encetar a subida ao Bom Jesus.
Aí seriam recebidos pelo fotógrafo oficial do Grande Primo, o autor do Grande Livro das Burlas Afectadas. Depois de expulso da casa do Big Pornather, Afectado venceu uma difícil etapa da sua vida. Por ter ousado afrontar o regime esfeéhrico dentro da casa, viu cá fora fecharem-se as portas do mercado de trabalho, e foi o Padrinho de Braga quem lhe estendeu a mão para a vida. Essa mão estendida e alguns conhecimentos do que seria a fotografia "à la minute" ajudaram-no a recuperar-se para uma existência activa. Abriu negócio junto ao hotel, e é agora um dos fotógrafos mais influentes de todo o Bom Jesus. E não julguem que isso é fácil, meus amigos. Há quem diga também que é um dos caudilhos do poder autárquico naquela urbe onde os empreendimentos imobiliários despontam como peúgas brancas em pés de emigrantes portugueses na Alemanha.
(detalhe: o aparelho de fotografias "à la minute" do Afectado, junto ao Comendador (es)Feéhrico a fazer-se à pose)
13.6.09
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