Fui assistir à antestreia do novo filme de James Cameron, deram-me para as mãos um par de óculos que me puseram com um aspecto que mais parecia o Roy Orbison e lançaram-me para dentro do universo da estereoscopia cinematográfica. Dizem eles que isto é o futuro, que a partir de agora vai ser sempre assim. Dizem eles que este filme estará para o cinema como o Magalhães esteve para o sistema de ensino português, seja lá o que for. Não, eles não dizem isso. Eles nem sabem o que é o Magalhães.
Depois de quase três horas de nariz para o ar a ver figuras e objectos serem disparados na direcção dos meus braços, diria que a fórmula se esgota em alguns aspectos primordiais: os truques de Cameron para criar a ilusão de profundidade são repetitivos; assistir a um filme 3D numa tela de cinema de dimensões limitadas à parede frontal da sala é a mesma coisa que ouvir uma sinfonia de Beethoven tocar num rádio de loja chinesa.
Quanto ao resto: o enredo é uma fábula relativamente fraca.
3 comentários:
Acho que vou ver... mas não em 3D. :x
Deve de matar uma carrada de neurónios... e eu já tenho poucos. Preciso de os estimar.
Se tentares ver sem ser em 3D é ainda pior para os neurónios. A não ser que existam em exibição cópias em 2D.
Confesso que, embora não seja desconfortável, a falta de habituação exige algum esforço neuronal.
Meu caro,
Você já pensou que o 3D é o futuro! Você já reparou que num futuro próximo poderá desaparecer a figura "actriz e actor", sendo substituídos por animação. Conseguirá conviver com essa aberração?
Porém, eu achei muito bom o filme em 3D, além de existir a versão clássica, e toda a sua envolvência! Gostaria de saber, porquê que se fala tão mal de qualquer coisa que surge de novo no mercado!
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