Nada se sabe sobre o teor da intervenção de Cavaco Silva, mas esta poderá incidir sobre:
1. O PS foi o partido que conquistou mais mandatos parlamentares, no cumprimento do que está expresso na Constituição o Presidente anunciará que vai chamar José Sócrates e convidá-lo a formar governo.
2. As notícias publicadas nos jornais, e que aludem a uma alegada vigilância à Presidência da República, não têm qualquer fundo de verdade.
Qualquer outro que seja o teor da declaração presidencial - admitindo, por exemplo, a existência de suspeitas sobre vigilância a Belém, o que será bastante improvável -, significará a abertura de um conflito institucional sem precedentes na História da democracia portuguesa. Não o faria numa declaração ao país.
A mensagem poderá servir a Cavaco para medir o pulso aos acontecimentos, tendo em vista a recandidatura, mas pode mesmo suceder que Cavaco deixe no ar a sua indisponibilidade para um segundo mandato em Belém.
Seja como for, qualquer dos dois pontos acima citados fragiliza o Presidente. E a falta de um esclarecimento cabal sobre o assunto da vigilância será a morte do artista.
Resumindo, qualquer que seja a postura presidencial perante qualquer dos cenários, Cavaco Silva está tramado.
Resta saber quem urdiu a trama. Mas esse é um esclarecimento que certamente não será a Presidência a revelar.
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