Aprendemos a acreditar nas pessoas, mesmo reconhecendo que todas escorregam no engodo da falta de verdade quando se lhes escapa a mão.
Não sei se tu és, mas eu não cultivo esse hábito. Não tenho o costume de fugir à verdade. Tenho com ela uma relação estimada, muito próxima, quase carnal. Somos amantes inseparáveis, acicatamos frequentes burburinhos sexuais mútuos, somos a carne de um e a unha do outro, e só nos chateamos quando eu preciso mesmo dela e ela me foge numa criminosa isenção de auxílio à vítima. Com a outra, não me dou nada bem. É uma amante desprezível, com a qual não consigo fomentar qualquer outro sentimento que não o de repulsa, a resvalar para os compartimentos do ódio. A verdade é doce. A irmã é acre. Infelizmente, provo-a com a certeza de que deveria estar imune aos receios que ela me traz.
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