3.1.09

Não se cura com piripiri uma assadura que pede apenas pó de talco

E pronto, caralho, foda-se, Israel invadiu a Faixa de Gaza. Pegou nos tarecos, deitou contas à vida e entrou com aquilo tudo por ali adentro. Como se a vizinha do lado pegasse nos tachos e decidisse invadir a cozinha alheia. Não há direito. E não há cu que aguente, foda-se, nem paciência que resista. Não há argumento que valha, nem ódio que justifique. O mundo anda já farto destes avanços e recuos em perseguição de uma paz que acaba por nunca chegar. Uma palhaçada!

«Gostaria de deixar opinião sobre a visão que nos é trazida pelos jornalistas portugueses que estão no terreno. É má, na minha opinião. Não disse que era uma merda. Má está abaixo de merda. Como pode garantir-se uma cobertura inteiramente justa, equidistante, quando os jornalistas, testemunhas do acontecimento, têm acesso apenas a uma parte dos factos, quando estão impedidos de entrar na Faixa de Gaza, e se concentram quase todos nas mesmas cidades, junto à fronteira, devidamente escoltados pelas forças israelitas?»

Os raides aéreos israelitas começaram há uma semana. Em sete dias, centenas de ataques de helicópteros, caças e aparelhos não tripulados. Em sete dias, do lado palestiniano, mais de quatrocentos mortos, dois mil e quinhentos feridos. Do lado palestiniano, o Hamas disparou cinco centenas de rockets em direcção ao sul de Israel. Quatro israelitas foram mortos. São estes os motivos para a ira dos servos de David? O que faz mover Ehud Olmert, Ehud Barak, Tzipi Livni e todos esses caralhos? É o vulto mumificado de Ariel Sharon, vergado a uma cama de hospital, que já nem sabe de que terra é, mas cujos métodos parecem ainda servir como motriz inspiradora para (mais) uma invasão? Serão as divisões internas, que minam a configuração política de Israel, e a perspectiva de eleições à porta já no mês de Fevereiro? Não quero saber, não me interessa, podia ser o rabinho assado que a mim me dava o mesmo. Não há fins que justifiquem estes meios. Não se pode curar com piripiri uma assadura que pede apenas pó de talco. Nada mais tenho a expressar do que uma profundíssima indignação!

Uma última palavra para a cobertura jornalística do conflito. A visão que nos é trazida pelos jornalistas portugueses que estão no terreno. É , na minha opinião. Não disse que é uma merda. Má está abaixo de merda, por isso quando digo má quero dizer mesmo uma merda das grandes... Como pode fazer-se uma cobertura inteiramente justa, equidistante, quando os jornalistas, testemunhas do acontecimento, têm acesso apenas a uma parte dos factos, quando estão impedidos de entrar na Faixa de Gaza, e se concentram quase todos nas mesmas cidades, junto à fronteira, devidamente escoltados pelas forças israelitas? É a isto que chamam jornalismo? Uma derradeira e especial menção ao acompanhamento feito para a RTP pela jornalista Márcia Rodrigues. Pior só mesmo se para lá fosse enviado o Zé das Couves ou uma das personagens do TV Rural. As reportagens podem chegar-nos embrulhadas numa caixinha de Ferrero Rocher, mas há depois ali qualquer coisa que não me inspira confiança
, qualquer coisa que não me cheira bem, como se aquilo fosse fajuto ou uma falsificação chinesa. Pffff! Mas pior ainda é a RTP tentar convencer o espectador de que a jornalista se encontra na Faixa de Gaza, quando na verdade está em Israel, junto à fronteira.

Acusam-me de só dizer asneiras e o caralho, e de ser um gajo com hábitos de mestre de obras. Foda-se, vão-se foder, esta merda da invasão sim, é saberem foderem um gajo bem fodidinho, sem direito a lubrificante nem nada. Isto sim é pornografia da dura! E não me lixem...

4 comentários:

Anónimo disse...

Realmente essa de fazer uma guerra (eterna) para conseguir a paz tem um não sei o quê de estúpido que vai lá vai...
E entretanto, anjinhos aos céus.
Tens razão, não há direito, merda!

Bruno disse...

Eu não diria melhor, Cris, obrigado pela tua visita. Não há mesmo direito, e mesmo que houvesse, despejar bombas sobre pessoas que não têm culpa nenhuma é do caralho. E quando se atira bombas contra pessoas que não têm culpa e elas morrem é chato. No nosso dia a dia, todos nós por vezes lançamos bombas contra pessoas que não têm culpa nenhuma, com as mais diversas intenções, e por vezes matamo-las, de um ponto de vista simbólico. O problema aqui está em que estas bombas matam de morte matada e de morte morrida. De todas as formas.

Obrigado pela visita. Volta sempre que quiseres, e os teus pais deixarem.

Anónimo disse...

Voltarei, até porque gostei do que li.
Duvido que os meus pais achassem que tinham opinião nisso de me autorizar o que quer que fosse.
Lol.

Bruno disse...

Cris, se gostaste do que leste, então é um caso raro... Mas pronto, cada um lá terá os seus gostos...

E ainda bem que não precisas de pedir autorização aos teus pais para visitares este antro de maus vícios. Que peças autorização a quem de direito e que visites sempre que quiseres.